sábado, 30 de maio de 2009

O caso Holandês

Deixo-vos um conjunto de artigos sobre o nascimento na Holanda que me pareceu muitíssimo interessante!

30% dos partos holandeses acontecem em casa e a explicação para o facto está na cultura deste povo, que encara a gravidez de forma muito natural. O próprio sistema de saúde holandês encoraja as mulheres para que assim seja.
Segundo este artigo a percentagem mantem-se "apenas" nos 30% porque as parteiras holandesas são cautelosas e também enviam para o hospital muitos casos que podem eventualmente apresentar algum tipo de risco (tais como gémeos ou bebés pélvicos).

O facto da gravidez ser vista como uma condição natural e fisiológica faz com que as mulheres com gravidezes consideradas de baixo risco sejam acompanhadas por parteiras, ficando os obstetras responsáveis pelo acompanhamento das grávidas de risco.
As mulheres fazem preparação para o parto com enfoque no parto natural, o yoga é recomendado pelas próprias parteiras como exercício ideal de preparação para o parto e a epidural não é encarada como algo banal. Ao contrário, durante estas aulas são ensinados métodos naturais para o alívio da dor no parto.

Ainda que a taxa de mortalidade infantil na Holanda seja alta (considerando a média europeia), os últimos estudos concluem que a culpa não é dos partos domiciliares.
Um estudo holandês demonstrou recentemente que, para as grávidas de baixo risco, dar à luz em casa é tão seguro quanto dar à luz no hospital.
Este artigo considera que os factores que fazem a Holanda subir esta taxa prendem-se sobretudo com outros aspectos, tais como a gravidez cada vez mais tardia, o crescente nascimento de bebés muito prematuros e a falta de detecção precoce de problemas no feto (especialmente na população mais desfavorecida).

Neste país todas as mulheres têm direito a assistência pós-parto domiciliar.
Primeiro pela parteira e nos dias seguintes ao nascimento por uma kraamzorg. Se lerem a descrição verão que se trata, basicamente, de uma doula (apoia na amamentação, nos cuidados com a mãe e o bebé e ajuda com pequenas tarefas domésticas que libertem a mãe para dedicação exclusiva ao recém-nascido). A kraamzorg estará atenta à saúde da mãe e avisará a parteira, caso exista motivo de preocupação (ler o artigo completo aqui).
Como consequência deste nível de cuidados, a maioria das mulheres que tem o bebé no hospital, tem alta apenas algumas horas após o parto.

2 comentários:

moya disse...

Olá!
Gostei muito do artigo porque já ouvi várias pessoas rebaterem o "risco" do parto domiciliar pelo facto de haver 30% de partos domiciliares na Holanda e terem a taxa mais alta de mortalidade materno-infantil. Este artigo elabora justificações para tal facto mas deixo uma questão: quantos desses casos são no domicílio e quantos são em hospital?? Gostaria de ver essas taxas ;)
um abraço,
m.

Anónimo disse...

Concordo a 100% com o comentário anterior.
Paula Correia

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails