Vítor Varela, enfermeiro-chefe do bloco de partos da daquela unidade, explicou à PAIS & Filhos que esta medida é o resultado de um projecto que vem a ser desenvolvido desde 2006 pela equipa de enfermeiros especialistas de saúde materna e obstetrícia do hospital.
«O objectivo é implementar um modelo assistencial que favoreça/permita o atendimento das necessidades e expectativas das utentes e o respeito pelos seus direitos, nomeadamente a promoção do parto normal, recuperar a posição central da mulher no processo de nascimento e diminuir a instrumentalização e mediatização do parto», explica Vítor Varela.
Assim, em breve, todas as grávidas com idade gestacional superior a 37 semanas, em fase activa de trabalho de parto, com gravidez de baixo risco, podem optar por experimentar este tipo de alívio de dor. Várias evidências científicas confirmam uma redução significativa da percepção da dor dentro de água, assim como uma diminuição do recurso a analgesia epidural.
Para isso, o hospital, que assiste a cerca de dois mil partos por ano, equipou-se de várias piscinas descartáveis, iguais às utilizadas em hospitais de outros países e que podem também ser adquiridas para partos em casa.
Quanto à possibilidade de nascimentos dentro de água, Vítor Varela refere que «ainda não há evidências científica que comprovem os benefícios do parto na água» e, por isso, essa é uma hipótese que, por enquanto, ficará de lado.
O enfermeiro-chefe sublinha que esta não é uma medida isolada, lembrando que toda a equipa do serviço de urgência ginecológica e obstétrica e do bloco de partos está motivada para a promoção do parto humanizado. Como exemplo, refere o facto de os cuidados ao bebé serem sempre efectuados junto da mãe, mesmo quando o bebé precisa de reanimação.
«O parto natural não é uma moda, mas um direito das mulheres, que lhes trás benefícios a todos os níveis, desde a experiência pessoal à própria experiência de parto», conclui.
Fonte: http://www.paisefilhos.pt
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