sábado, 4 de junho de 2011

Dia 7 de Junho - Dia Mundial dos Direitos do Nascimento

No dia 7 de Junho (3ª feira) celebra-se o dia Mundial dos Direitos do Nascimento, como Campanha de Consciencialização sobre o impacto do Nascimento.

Conscientes desde há anos da influencia do nascimento nos seres humanos, queremos lançar uma chamada de atenção a todas as pessoas envolvidas no acolhimento aos bebés no momento em que nascem sobre a importância do vínculo extra-uterino.

Numerosas investigações, feitas nas últimas décadas, têm-nos vindo a alertar acerca das nefastas consequências para o bebé ao ser separado da sua mãe no momento do nascimento e como esse facto afecta a relação entre ambos e condiciona a sua socialização durante toda a vida.

Apesar de desde há decadas profissionais e associações de todo o mundo alertarem sobre as graves consequências que acarretam a separação precoce, na maioria dos hospitais e clínicas continuam a separar-se os bebés das mães de forma rotineira.

Não existem evidências ciêntificas para a necessidade de separar mãe e bebé nesse momento tão importante, que é o Nascimento.


Direitos do Nascimento
  • Primeiro: O bebé tem direito ao reconhecimento da sua capacidade física e emocional, na sua vida intra-uterina e extra-uterina, e especialmente durante a transição entre ambas.
  • Segundo: O bebé intra-uterino tem direito a que o bem estar emocional da sua mãe não seja alterado por excesso e abuso de controlo durante a gravidez(1) .
  • Terceiro: O bebé e a sua mãe têm direito a que se respeitem o momento, o ritmo, o ambiente e a companhia no parto/nascimento e que o mesmo decorra de forma fisiológica. Um bebé e uma mãe sãos têm direito a não ser tratados como doentes(2).
  • Quarto: O bebé e a sua mãe têm direito a intimidade e respeito antes, durante e depois do nascimento/parto (3).
  • Quinto: O bebé e a sua mãe têm direito a permanecer juntos nas horas e dias seguintes ao nascimento. Nenhuma observação ou estadia hospitalar justificam a separação de ambos (4).
  • Sexto: O bebé tem direito a disfrutar de aleitamento materno "a pedido", pelo menos, durante o primeiro ano. Que durante a sua estadia hospitalar se respeitem os "10 passos da Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés" estabelecidos pela Unicef e pela OMS.
  • Sétimo: O bebé tem o direito a ser acompanhado pessoalmente pela sua mãe, como mínimo, durante o primeiro ano. A mãe tem direito a desfrutar de contacto íntimo com o seu bebé sempre que necessário.
  • Oitavo: O bebé prematuro tem direito a permanecer junto ao corpo de sua mãe até adquirir peso e condições optimas de saúde. Nenhuma unidade de neonatologia é mais saudável para o bebé que a pele materna (6).
  • Nono: O bebé tem direito a permanecer junto ao corpo de sua mãe durante os primeiros meses de vida extra-uterina. O contacto corpo com corpo é vital para instaurar no bebé sugurança e confiança.
  • Décimo: O bebé tem direito a que sejam os seus pais, quem, pessoalmente, tomará as decisões e quem procure a informação relacionada com o seu bem estar (4).
  • Referências:
    (1) Michael Odent. Primal Health. El efecto nocebo del cuidado prenatal.
    www.birthpsychology.com/primalhealth
    (2) OMS, 1996. Cuidados en el parto normal: una guía práctica.
    www.elpartoesnuestro.es/components/com_docman/documents
    /Cuidados_parto_normal.pdf

    (3) Chalmers B, Mangiaterra V, Porter R, Principios de la OMS sobre cuidado perinatal. Birth 2001; 28: 202-207.
    holistika.net/articulo.php?articulo=52002.html
    (4) Derechos del niño hospitalizado.
    hospitalalassia.com/burocratica/Derechoninosinternado.htm
    (5) Iniciativa Hospital Amigo de los niños.
    www.ihan.org.es/10pasos.htm
    (6) Método madre canguro para reducir la morbimortalidad de neonatos. revisión Cochrane.
    www.update-software.com/abstractsES/AB002771-ES.htm
O dia 7 de Junho foi declarado pela Plataforma pro Derechos del Nacimiento e proposto à O.M.S. como "Dia Mundial dos Direitos do Nascimento".

Links:

Plataforma pro Derechos del Nacimiento

Que no os separen!

Documentário Restaurando el Paradigma Original de Nills Bergman

La hora Siguiente al Nacimiento, de Michel Odent



1 comentário:

Anónimo disse...

Como é que um bebe pode estar bem se a sua mãe teve uma experiência de parto negativa que não quer repetir, se a sua mãe ficou nervosa, sozinha, se a sua mãe foi submetida a intervenções desnecessárias, se ninguém quis dar explicações ao longo do parto, se ela foi agredida verbalmente por gente extranha, porque tem que obedecer protocolos hospitalares, como é que um bebe pode estar bem se a sua mãe se sente emocionalmente mal? e as mulheres ainda conseguem dar amor a seu bebe depois de um parto negativo, as mulheres realmente são uma grande força da natureza.
Escrito por Paula Correia

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