domingo, 24 de fevereiro de 2008

Escolher o local do parto

A escolha do local do parto é um tema de especial importância para a grávida.

Hoje em dia, em Portugal, a parturiente tem o direito a escolher a maternidade da rede pública onde deseja ter o seu bebé sem qualquer critério de obrigatoriedade como seja a zona de residência(1).

O casal pode ainda optar por um hospital ou clínica privados ou preferir a sua própria casa para dar à luz.

Não existe uma escolha correcta.
Os futuros pais deverão simplesmente optar pela hipótese que os faz sentir mais seguros e confiantes.
No entanto é possível assinalar algumas "vantagens" e "desvantagens" em cada opção, que a grávida/casal pesará na sua balança, o que eventualmente ajudará na tomada de decisão.

Hospital ou Maternidade Pública

Vantagens:

  • Alguns possuem iniciativas como a dos Hospitais Amigos dos bebés
  • Alguns já possuem políticas instituídas para o parto humanizado
  • Têm todos os recursos médicos disponíveis para emergências
  • O serviço é gratuito
Desvantagens:

  • O atendimento tende a ser "frio" e não individualizado
  • A aceitação do plano de parto está sujeita à boa vontade da equipa médica de serviço ou mesmo às condições físicas do hospital
  • Não há "garantia" de haver métodos de controlo da dor disponíveis, quer sejam farmacológicos ou não
  • Apesar de prevista na lei, a presença do acompanhante nem sempre é possível (depende das condições do hospital) e raramente se permite a entrada a mais do que um acompanhante (ex. marido e doula)
Hospital ou Clinica Privada

Vantagens:

  • No geral o atendimento é menos "frio" e mais individualizado
  • Há um maior conforto e privacidade: muitos dos quartos são individuais e o pai pode ficar alojado em conjunto com a mãe e o bebé depois do parto
  • Há possibilidade de negociar os procedimentos previamente com o médico que assitirá ao parto para que o plano de parto seja cumprido, sempre que possível
Desvantagens:

  • Têm taxas mais elevadas de cesarianas e induções programadas
  • Nem sempre têm os recursos médicos necessários em casos de emergência e por vezes a mãe ou o bebé podem ter que ser transferidos e até mesmo ficar em hospitais separados
Parto domiciliar

Vantagens:

  • O casal tem total liberdade no parto
  • Há conforto e privacidade, a gravida está em sua casa, sente-se à vontade, pode escolher as posições que a façam sentir mais confortável. Por outro lado, só assistirá ao parto quem o casal decidir.
  • Segundo a OMS, o parto domiciliar é tão seguro quanto o parto hospitalar para grávidas de baixo risco
Desvantagens:

  • O casal fica por "conta própria" já que esta opção não está contemplada no Serviço Nacional de Saúde. Serão os futuros pais a ter que providenciar tudo o que será necessário para o parto, inclusivé a contratação de uma parteira para acompanhar a grávida
  • Não há muitos profissionais que aceitem assistir a partos domiciliares
  • Em caso de emergência, é necessário transportar rapidamente a mãe para o hospital
(1)
(...) com base no relatório da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal e tendo em conta o imperativo constitucional que obriga o Estado a "garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e cuidados de saúde", determinou:
1-A consagração do direito de toda a mulher escolher livremente o local onde deseja ter os seus filhos em condições de melhor qualidade para a mãe e a criança.(...)

Decreto-lei nr 67, II série do Diário da República (despacho 7495/2006) de 04/04/2006

2 comentários:

Tella disse...

Segundo a UNICEF, Portugal não tem nenhum hospital que seja amigo dos bebés!
Tinha ideia que o HGO o era, pelos vistos, enganei-me!

Enfim, é o Portugal que temos...
Tella

Anónimo disse...

Já temos 2 hospitais Amigos dos Bebés: o hospital Garcia de Orta desde 2005 e o hospital Bissaya Barreto desde 2007.

Sofia

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