sexta-feira, 23 de abril de 2010

"... é impossível estragar um bebé dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar o seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la. Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos... Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais, ou porque lhe cantaram canções de ninar demais , ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crónico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade."

in "Besame Mucho", Carlos Gonzalez

3 comentários:

Tella disse...

Acabei de ler ontem o Besame mucho. Muito bom.

Carla disse...

Hhehehehe! Gosto disto. Quando me acusavam de ser uma menina mimada, eu nunca percebi, porque, mimada ou não, eu era (e sou) muito feliz, ao contrário de quem me dizia isso. Por isso prometi "estragar os meus filhos" com mimos. Não me parece que seja o mimo que lhes tire o sentido de responsabilidade e respeito pelos outros. Gostei muito.

Beijos

Sofia Guerra Carvalho disse...

:)

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