Se a depressão pós-parto (dpp) no feminino continua a ser um tema tabu, imagine-se no masculino... poucos são os homens com coragem para partilhar aquilo que estão a sentir e procurar ajuda para ultrapassar esse período.
A nossa sociedade encara o nascimento de um filho como um acontecimento extremamente feliz (que o é concerteza!) sem deixar lugar para mostrar também alguma insegurança, cansaço, tristeza... Trazer um bebé ao mundo é das coisas mais maravilhosas que pode haver mas há também dificuldades nesse caminho.
A dpp chega a 15% dos pais afectando não só os homens mas também as mães (e consequentemente a relação entre o casal) e os bebés daquelas famílias.
Segundo Paul Ramchandani, da Universidade de Oxford, Inglaterra, autor do primeiro estudo que relaciona a depressão paterna com prejuízos no desenvolvimento infantil, os meninos são os mais afectados. "Por causa da relação que criam com os pais, os rapazes ficam mais expostos aos efeitos dessa depressão".
O mesmo estudo constatou que os bebés cujos pais tiveram depressões, têm duas vezes mais problemas de comportamento e emocionais nos anos do pré-escolar.
Factores que podem ajudar a desencadear a dpp:
* pai muito jovem
* gravidez não desejada
* dpp na mãe
* historial de depressões
* pai que não consegue lidar com as mudanças bruscas ocorridas na vida do casal
* pai que não consegue acompanhar o desenvolvimento do filho como gostaria por pressões profissionais (empregos muito exigentes)
* preocupação muito acentuada com o sustento financeiro da nova família
* pai que se sente excluído pela companheira após a chegada do bebé (sentimentos de solidão)
Sintomas de dpp no pai:
* Falta de apetite
* Distúrbios do sono (mesmo que o bebé durma, não consegue descansar)
* Sentir-se um "mau" pai
* Ansiedade, nervosismo, tristeza, stress incontroláveis
* Falta de ânimo para realizar as actividades do dia-a-dia
* Deixa de sentir prazer por coisas que antes lhe davam prazer
* Perda da líbido
* Não se consegue ligar emocionalmente ao bebé (dificuldade em estabelecer vínculo afectivo com o filho)
Se sentir vários destes sintomas durante um período superior a duas semanas deve procurar ajuda. Geralmente a dpp começa a surgir aproximadamente 1 mês e meio após o parto.
No entanto, como em tudo, prevenir é sempre o melhor remédio, como tal, ao menor indício de sintomas relacionados com dpp, partilhe-os com a sua companheira, com um amigo ou familiar de confiança que já tenha sido pai.
Se desconfiar que o seu companheiro pode estar a iniciar uma dpp, converse com ele, transmita-lhe confiança e ofereça-lhe o seu apoio. Integre-o nas tarefas do bebé para que não se sinta excluído.
Fazer uma boa preparação para o parto, que inclua a elaboração de um plano de pós-parto e alerte os pais para todas as mudanças que irão ocorrer, pode ser uma boa estratégia para ajudar a prevenir uma dpp.
Alguns aspectos que pode organizar antes do bebé nascer:
* Se possível ter algum dinheiro de parte, que proporcione alguma segurança face a imprevistos
* Conversem, entre casal, sobre todas as novas tarefas que vão surgir depois do bebé chegar e cheguem a um acordo sobre como as partilhar, para que nenhum dos elementos do casal se venha a sentir sobrecarregado ou "apanhado de surpresa"
* Planifique tempo para se adaptar à sua nova vida em conjunto com a sua companheira, se for possível acrescente uns dias de férias à licença de parentalidade
* Mantenham uma óptima comunicação e digam tudo o que sentem um ao outro, de maneira diplomática e carinhosa
* Planifiquem "ajudantes" para os primeiros tempos e aproveitem toda a ajuda que vos ofereçam. Decidam com antecedência quem vos poderá auxiliar com as tarefas domésticas, refeições, compras no supermercado, etc.
* Se financeiramente for comportável pode ser muito práctico contratar ajuda profissional para as tarefas domésticas
*Talvez queiram preparar recursos para refeições pois nos primeiros dias não haverá muito tempo para isso. Uma boa ideia é ter a despensa recheada antes da data prevista para o parto. Algumas refeições preparadas no congelador e uns contactos de restaurantes "take away" e supermercados que façam entregas ao domicílio também podem ser uma boa solução.
* Tenham à mão contactos úteis que possam ser necessários nas primeiras semanas (Associações de Apoio à Amamentação, Linha de Apoio Pediátrica e Farmácias de Serviço, por exemplo)
Mais sobre este tema aqui, aqui e aqui.
3 comentários:
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