(...)
A única coisa que seguramente aumenta o risco de lacerações graves no períneo é.... a episiotomia!!! E isso está em diversos trabalhos a respeito do assunto.
Isso nao significa que NUNCA devemos fazer uma episio... Apenas pôs por terra a necessidade ROTINEIRA de episio, que no fundo mandava uma mensagem para a paciente de que ela foi mal feita, que só podia ter um filho sem se "rebentar toda" se um médico (Senhor Excelso do Saber) "consertasse" o que a natureza erroneamente planejou durante milhares de anos.
Eu particularmente utilizo episiotomia em menos de 5% das pacientes e a uso por razões fetais e/ou maternas específicas: cansaço materno, uso de fórceps, bradicardia fetal, emergências, etc... Durante o desprendimento da cabeça eu utilizo algumas das técnicas a seguir: massagens perineais, óleos, sustentação manual do períneo, calor local, paciência, encorajamento, presença da Doula, etc.. Com isso tenho um indice bem razoável de períneos íntegros, inclusive nas primigestas...
Fetos grandes NÃO justificam o uso rotineiro de episiotomia !!! Até porque muitas vezes o tamanho do bebê (quando ainda na barriga) é superestimado ou subestimado... canso de me surpreender com bebês que eu achava pequenos no abdome, mas que se mostraram "tourinhos"... e o contrário tb é verdadeiro...
Claro também me parece que o decúbito dorsal prejudica, e MUITO, o delivramento fetal... quem já assistiu um parto deitado e viu a cabeça de um bebê "bater" contra um períneo sabe do que estou falando.
O parto horizontal será visto daqui a 100 anos nos livros de história da medicina com a mesma curiosidade que nós vemos desenhos de cintos de castidade em resenhas de história da idade média...
MITO: um corte bonito e limpo é melhor que uma laceração irregular.
REALIDADE: "Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a episiotomia implica em riscos como: perda excessiva de sangue, formação de hematoma e infecção... NÃO HÁ EVIDÊNCIAS de que essa rotina reduza o risco de trauma perineal severo, melhore a cicatrização do períneo, previna trauma fetal ou reduza o risco de incontinência urinária." - Sleep, Roberts, and Chalmers (1989)
**RESUMO DE PONTOS SIGNIFICANTES**
- Episiotomias não previnem laceração em direção ou nos esfíncteres anal ou vaginal. Na realidade, lacerações profundas quase nunca ocorrem na ausência de uma episiotomia.
- Mesmo quando corretamente reparadas, lacerações no esfíncter anal podem causar problemas crônicos como dor no ato sexual e incontinência fecal ou de gases em idade mais avançada. Em adição, injúria anal predispõe à fístulas retovaginais.
- Se uma mulher nunca passou por uma episiotomia, é possível que tenha uma laceração pequena, mas, com raras exceções, a laceração pode ser pior que uma episiotomia.
- Episiotomia não previne contra relaxamento (ou queda) da musculatura do assoalho pélvico. Assim, ela não previne contra incontinência urinária ou melhora a satisfação sexual.
- Uma episiotomia não é mais fácil de reparar que uma laceração.
- Uma episiotomia não cicatriza melhor que laceração.
- Episiotomias não são menos dolorosas que lacerações. Elas podem, inclusive, causar problemas prolongados como dor, especialmente no ato sexual.
- Episiotomias não previnem traumas no nascimento, nem danos à cabeça do bebé.
- Episiotomia aumenta a perda de sangue.
- Como qualquer outro procedimento cirúrgico, uma episiotomia pode levar a infecção, incluindo infecção fatal.
- Anestesia epidural aumenta a necessidade de episiotomia. Ela também aumenta a probabilidade de parto a fórceps. Parto a fórceps aumenta a ocorrência de episiotomia e lacerações profundas..
- A posição de litotomia (mulher deitada em decúbito dorsal com as pernas em estribos) aumenta a necessidade de episiotomia, provavelmente porque o períneo está estirado.
- A filosofia de atendimento ao parto, as técnicas, experiência e habilidade da equipe que auxilia a mulher são os maiores determinantes no sucesso da proteção do períneo.
- Algumas técnicas de redução de trauma perineal que têm sido avaliadas e se mostraram efetivas são: massagem perineal no pré-natal, nascimento suave da cabeça do bebê, apoiando o períneo e mantendo a cabeça do bebê flexionada, deixando sair os ombros um de cada vez, fazendo partos instrumentais sem episiotomia. (Outras técnicas como massagem perineal durante o trabalho de parto ou compressas quentes ainda devem ser estudadas.
- Independente de contrair especificamente a musculatura perineal (como nos os exercícios de Kegel), um programa regular de exercícios para essa musculatura fortalece o assoalho pélvico.
- Mesmo quando corretamente reparadas, lacerações no esfíncter anal podem causar problemas crônicos como dor no ato sexual e incontinência fecal ou de gases em idade mais avançada. Em adição, injúria anal predispõe à fístulas retovaginais.
- Se uma mulher nunca passou por uma episiotomia, é possível que tenha uma laceração pequena, mas, com raras exceções, a laceração pode ser pior que uma episiotomia.
- Episiotomia não previne contra relaxamento (ou queda) da musculatura do assoalho pélvico. Assim, ela não previne contra incontinência urinária ou melhora a satisfação sexual.
- Uma episiotomia não é mais fácil de reparar que uma laceração.
- Uma episiotomia não cicatriza melhor que laceração.
- Episiotomias não são menos dolorosas que lacerações. Elas podem, inclusive, causar problemas prolongados como dor, especialmente no ato sexual.
- Episiotomias não previnem traumas no nascimento, nem danos à cabeça do bebé.
- Episiotomia aumenta a perda de sangue.
- Como qualquer outro procedimento cirúrgico, uma episiotomia pode levar a infecção, incluindo infecção fatal.
- Anestesia epidural aumenta a necessidade de episiotomia. Ela também aumenta a probabilidade de parto a fórceps. Parto a fórceps aumenta a ocorrência de episiotomia e lacerações profundas..
- A posição de litotomia (mulher deitada em decúbito dorsal com as pernas em estribos) aumenta a necessidade de episiotomia, provavelmente porque o períneo está estirado.
- A filosofia de atendimento ao parto, as técnicas, experiência e habilidade da equipe que auxilia a mulher são os maiores determinantes no sucesso da proteção do períneo.
- Algumas técnicas de redução de trauma perineal que têm sido avaliadas e se mostraram efetivas são: massagem perineal no pré-natal, nascimento suave da cabeça do bebê, apoiando o períneo e mantendo a cabeça do bebê flexionada, deixando sair os ombros um de cada vez, fazendo partos instrumentais sem episiotomia. (Outras técnicas como massagem perineal durante o trabalho de parto ou compressas quentes ainda devem ser estudadas.
- Independente de contrair especificamente a musculatura perineal (como nos os exercícios de Kegel), um programa regular de exercícios para essa musculatura fortalece o assoalho pélvico.
2 comentários:
mto obrigada! Excelente resenha. Acrescento apenas mais uma info: a OMS desaconselha o uso rotineiro da episio nas suas recomendações para um parto normal.
beijinhos,
moya
Sei que esta postagem já é antiga... mas tinha de comentar.
Eu tive o meu bebé à pouco mais de três meses e tudo teria sido perfeito se não fosse a maldita costura da episio.
Eu tive um parto curto, com poucas dores fortes, apoiada por uma equipa fantástica. O meu bebé estava pélvico, mas facilmente dez o caminho que o separava de mim. Se era necessário cortar? Não sei. Não me perguntaram se queria tentar sem cortar, não esperaram, não me disseram sequer se ele estava em sofrimento - mas penso que não.
Estava muito feliz com o meu bebé, o meu útero recuperou quase na totalidade ao fim de poucas horas, a amamentação foi e ainda é excelente, mas durante cerca de 20 e tal dias sofri horrores com as dores na costura e ainda hoje tenho medo de lá tocar. Fiquei muito fragilizada com a lembrança de como foi esta recuperação.
Desculpem mas tinha de desabafar e este post prestou-se a isso.
Enviar um comentário